Obrigado, José António Gonçalves
Por muito funda que seja a cova fria, dela sairão sempre, qual lava incandescente, poemas quentes que marcam a prosa com que perfumavas a tertúlia.
Que estranhos são os sons da cidade a que faltam os calorosos risos que arrancavas das pedras da calçada.
Um ano terias acrescentado aos 50 em que deste sempre mais do que recebeste.
Mesmo ausente foste apedrejado, mas também agraciado. Chamam-te agora comendador, da Ordem do Infante, pelo mérito cultural e não só.
Um ano já lá vai, de encontros e desencontros, de sentimentos ora despertos, ora adormecidos mas sempre fervilhando, qual sono de cão.
A lágrima já há muito deu lugar à surda alegria da amizade partilhada que se alcança para lá da linha do horizonte.
Obrigado por continuares a ensinar-nos como se deve construir a casa:
«Espalha sorrisos e perfume de flores
nos lugares em que tocares ao de leve
com o brilho dos olhos» – JAG – “A construção da casa”, inédito, 27.06.2004.
Castanheira Barros – aqui
HORÁCIO BENTO DE GOUVEIA
JOSÉ ANTÓNIO DE FREITAS GONÇALVES – Para sempre presente!
In “Jornal da Madeira” – aqui
A minha singela homenagem há um ano atrás:
Surdescente Silêncio
29 de Março
Assinala
o
Voo nocturno
Do Pássaro!
Fala Amiga
Diz
de tua
Partida
Olhe em redor
E a noite
Enlutada, dá
Testemunho
Dessa
Cruzada
Noctívago
foi
Ofuscado
Pela luz
Incandescente
Do luar amarelado
Não há Pássaros
No ar
Só o vazio
A respirar
Sem chilrear
E agora? Nem
A calçada
Por ti pisada,
Desta cidade
Diz nada…
Fala
Da tua obra
Para o sempre
Ousada!
Em homenagem ao Poeta José António Gonçalves
Mateus Gouveia