OS TRIÂNGULOS DE SÓCRATES
Esta semana decorreu na Assembleia da República um debate sobre a Reforma da Segurança Social em Portugal com transmissão directa na televisão pública dos vários intervenientes e dos vários partidos que preenchem aquele hemiciclo! Um debate aliás, muito maçador porque todos e ninguém chega a conclusão nenhuma. Cada partido apresenta as suas propostas sobre tudo menos sobre a sustentabilidade futura das reformas e pensionistas do sistema público de segurança social.
Notei que neste debate o Sr. Primeiro-ministro sofreu uma evolução para melhor: “pois já não diz, senhores deputados estejam calados p’ra aí!”, agora é mais soft, exclama: “senhores deputados não façam barulho, porque isso não é debate!”. Não entendi foi a discrepância entre as contas futuras do governo, de quanto custará ao erário público manter as reformas e pensões dos portugueses que se reformarão no futuro e, as contas do maior partido da oposição! A diferença era mínima, o governo apontava para 100 milhões de euros e o maior partido da oposição com uma engenharia financeira nos privados, andava na ordem dos 9 milhões de euros. Pouca a diferença 91.000 milhões! Também fiquei a saber que os privados que administram os fundos de pensões, são maus gestores… Por várias razões, é que quando um trabalhador desconta para uma empresa privada, para mais tarde receber, o que os espera!?... Simplesmente essa empresa já não existe, o proprietário já morreu e, um sem número de situações inclusivo, ganho muito inferior ao do sector público. Dessa forma torna-se difícil a um cidadão pensar em fazer, “um pézinho de meia” com um complemento de reforma. O partido dos Verdes através da sua deputada, denunciou uns Directores que tem casa montada pelo Estado e vivem à borla. Isso também foi resolvido pelo Sr. Primeiro-ministro com um piscar de olho aos seus ministros. Agora a maior falha veio dos deputados e líderes dos partidos de esquerda, quando apontavam que a sustentabilidade passava também por uma pequena contribuição das grandes empresas e fortunas que atingissem um certo plafond de lucros. Pronto, fui o suficiente para o caldo entornar… e porquê? Porque o Sr. Primeiro-ministro disse que: “isso iria contra os próprios trabalhadores!”. Como o senhor primeiro-ministro de Portugal José Sócrates preocupa-se muito com os trabalhadores do seu país (e faz tudo ao contrário do que diz), começou logo a pensar e lembrou-se na pirâmide que pretende construir na sociedade portuguesa. Pois, porque a pirâmide do Sr. Sócrates tem o vértice ao contrário… os debaixo do vértice são os coitadinhos das tais grandes fortunas e empresas lucrativas e nesses não há que mexer!!! Os de cima com a base ao contrário são a maioria dos portugueses e esses como maioria podem e devem pagar. Há que respeitar as minorias, só assim se entende a democracia. Vai daí hoje o seu ajudante-de-campo Teixeira dos Santos já deu a novidade!? Os trabalhadores vão passar a pagar mais 0,5% para a segurança social e os pensionistas e reformados também passarão a descontar! Ora, atendendo que o Sr. Sócrates é uma pessoa cumpridora daquilo que diz, não há que temer, até porque consta que quando estava como deputado cumpria escrupulosamente o código de estrada quando conduzia, parando sempre que visse um triangulo com o vértice para baixo e pintado no chão. Eu, por mim acho que tudo isto é muito bem feito... Quem mandou dar ideias a um primeiro-ministro que vê as pirâmides sempre ao contrário!?
2 Comments:
Meu amigo, tudo isto não passa de falácia. O sr. sócrates esqueceu-se de explicar quanto gasta em subsídios atribuídos pela Segurança Social a quem nunca descontou. O sr. sócrates esqueceu-se de dizer que, quando ainda não era mais do que um 'fazedor de opinião' defendeu na TV e no parlamento o financiamento pelo O.E. das reformas a pagar pela Segurança Social aos pensionistas das Casas do Povo. E ainda há mais. O sr. sócrates é, resumindo, um charlatão.
Um abraço
Pois é Soslayo,
quem vê as piramides ao contrário não pode dirigir bem o governo da nação. Beijos
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