quarta-feira, dezembro 14, 2005

ÁGUAS DE MARÇO

Mais uma brincadeirinha de Natal que me mandaram por
e-mail: estes meus amigos…


Águas de Março
Letra e música: Tom Jobim

Antes era assim…

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol

É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o matita-pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira

É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de Março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho

É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma conta, é um ponto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando

É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projecto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de Março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de Março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã

Agora…

O que o Tom Jobim teria escrito, nestes tempos informáticos:

É pau, é bug
É o fim do programa
É um erro fatal
O começo do drama
E o turbo pascal
Diz que falta um login
Não me mostra onde é
E já trava no fim
É dois, é três
É o 486,
É comando ilegal
Essa m**** bloqueia
É um erro e dá boot
É um disco mordido
Ai meu Deus tô f*did*
São as barras de espaço
Exibindo um borrão
É a promessa de vídeo
Se espalhando no chão
É o computador
Me fazendo de otário
Não compila o programa
Salva só o comentário
É o ping, é o pong
O meu micro me chuta
O scan não retira
O vírus filho da put@
O Windows não entra
E não volta pró DOS
Não funciona o reset
Me detona a voz
É abort, é retry
Disco mal formatado
PCTools não resolve
Norton trava o teclado
É impressora sem fita
Engolindo o papel
Meu trabalho de dias
Foi cuspido pró céu…

Ai se o Tom Jobim sabe disto…

14 Comments:

Blogger Platero said...

olá Soslayo

Esta é mesmo muito boa :) LOL LOL

Um abraço

quinta-feira, dezembro 15, 2005 1:20:00 a.m.  
Blogger Manu said...

Bonjour Soslayo!
Muito engraçado.
A@+

quinta-feira, dezembro 15, 2005 10:15:00 a.m.  
Anonymous Anónimo said...

Soslayo, está demais! Até pareço eu...eheheheh!Beijinho

quinta-feira, dezembro 15, 2005 1:20:00 p.m.  
Blogger pisconight said...

HAHAHAHAHA
Está muito fixe. Comecei a cantarolar e fica muito engraçado.
;)

quinta-feira, dezembro 15, 2005 7:10:00 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Ainda me estou a rir, gostei muito da transformação, está fenomenal. Um beijo na alma.

quinta-feira, dezembro 15, 2005 11:00:00 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Poema de Natal

Vinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados,
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeus,
Mãos para colher o que foi dado,
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida;
Uma tarde sempre a esquecer,
Uma estrela a se apagar na treva,
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço,
Um verso, talvez, de amor,
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte -
De repente, nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte apenas
Nascemos, imensamente.

Porque, amanhã, é Natal...

sexta-feira, dezembro 16, 2005 3:46:00 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Consegui cantar as duas, se bem que fui melhor na primeira. Está muito bom, e muito bem imaginado. Um abraço.

sexta-feira, dezembro 16, 2005 9:00:00 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Este pessoal é mesmo viciado na net...:-)Obrigado pela visita. Beijinhos e bom fim de semana.

sexta-feira, dezembro 16, 2005 11:54:00 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Bela versão, so o Tom a lê-se certamente teriamos duas versões do "Aguas de Maço". Mais um beijinho e bom fim de semana.

sábado, dezembro 17, 2005 9:51:00 a.m.  
Blogger Santa said...

Considero uma homenagem a Jobim, uma deliciosa homenagem.

Um abraço, aqui do Brasil.

sábado, dezembro 17, 2005 10:54:00 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Carlos, que lindo poema do Vinícius de Moraes. Eu sou um admirador da Obra D'ele. Um poeta que descreve com tanta sensibilidade as coisas da vida, cantando-as ao ritmo do samba é, simplesmente divino. Muito obrigado por este poema e, evocando um poeta que venero. Um abraço.

domingo, dezembro 18, 2005 1:46:00 a.m.  
Blogger soslayo said...

SANTA, está acontecendo simplesmente uma coisa maravilhosa que é o fato (facto) de os Blogs elaborados por Brasileiros(as) falarem dos poetas Portugueses e os elaborados em Portugal falarem dos poetas Brasileiros, isto é, um verdadeiro intercambio cultural. Bem haja. Eu, gosto muito da música Brasileira e dos escritores/poetas desse País, onde vivi 4 anos lindos da minha vida no Rio de Janeiro. SANTA aquele abraço daqui de Portugal.

domingo, dezembro 18, 2005 1:57:00 a.m.  
Anonymous Anónimo said...

Boa tarde! Olhe! Esta história toda não cheira bem e eu explico porquê. Ora bem…Se foi por cima do Golfo do México que as duas renas se sentiram mal…hã…ora bem… e toda a gente sabe…hã…que o trenó tem pelo menos oito renas, então as outras seis não tinham pedalada para chegar ao fim da viagem? E aonde é que estão os presentes? Onde é que está a caixa negra do trenó? Não me convencem, é só. Obrigado.

domingo, dezembro 18, 2005 8:51:00 a.m.  
Anonymous Anónimo said...

Ele tomaria mais um chopp em Ipanema, olharia para a garota e diria: tua filha é linda!

sábado, dezembro 24, 2005 3:36:00 a.m.  

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