terça-feira, abril 25, 2006

FLORISTA DE ABRIL

Num gesto tão espontâneo
a florista não se apercebeu,
que o Cravo Vermelho
na espingarda colocada
Abril floresceu.

Sua jornada foi fraca…
Tudo o que possuía deu
à Liberdade do seu povo
a quem sempre pertenceu.

E assim se conta a história
simples como quem a concebeu
a caminho duma jornada
a História escreveu.

Mateus Gouveia
25/04/2006

22 Comments:

Blogger Papoila said...

Lindíssimo poema Soslayo. Viva o 25 de Abril."E no cravo floriu a liberdade!" Beijo

segunda-feira, abril 24, 2006 9:22:00 da tarde  
Blogger Platero said...

Que o 25 de Abril viva sempre e que nunca ninguém o esqueça!

Um abraço

terça-feira, abril 25, 2006 1:24:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Deixo-e um beijo a cheirar a cravo vermelho*

terça-feira, abril 25, 2006 2:17:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

belo este poema!
desejo te um bom dia
beijinho

terça-feira, abril 25, 2006 7:50:00 da manhã  
Blogger Zeca said...

2
5

d
e

A
B
R
I
L

SEMPRE

terça-feira, abril 25, 2006 12:43:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E Abril chegou e uma Revolução aconteceu!!! Viva o 25 de Abril! Ontem, hoje e Sempre! Um abraço!

terça-feira, abril 25, 2006 4:35:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

DEMOCRACIA, LIBERDADE... um cravo para ti.....25 de Abril, SEMPRE!!

terça-feira, abril 25, 2006 4:43:00 da tarde  
Blogger pisconight said...

Muito bem soslayo, escreveste um lindo poema.
Um abraço.
;)

terça-feira, abril 25, 2006 8:47:00 da tarde  
Blogger jp(JoanaPestana) said...

:-)
e viva!

terça-feira, abril 25, 2006 10:27:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A minhoca está atravessada hoje... hummm bem... VIVA o 25 de Abril... e esperemos que o 1º de Maio também não tenha chuva... ehe,ehe,ehe... VIVA!!!!

terça-feira, abril 25, 2006 11:36:00 da tarde  
Blogger soslayo said...

Minhoca Súbtil:

Ó meu amigo minhoca estás atravessado, porquê? Por causa daquela brincadeira que te fiz do Bué de Bom... Bué de Bom... Por favor não percas o fair play! Um abraço.

terça-feira, abril 25, 2006 11:48:00 da tarde  
Blogger soslayo said...

Ó Castor:

Estou a seguir a mesma ordem que lhe deste nos comentários: ou seja, a Minhoca falou pelo Castor e o Castor falou pela Minhoca! Está bém está!!! Mas vou responder à provocação, é simples, eu sei bem perfeitamente que o 25 de Abril é depois de 24 e antes de 26? Eu explico: eu quis antecipar o acontecimento e, lembrar aos mais incautos esse dia que nunca devemos esquecer! Por outro lado, é a concorrência meu amigo a concorrência que é feroz, que nem os vários canais de televisão fazem entre si. Um abraço.

terça-feira, abril 25, 2006 11:57:00 da tarde  
Blogger Ana said...

É impressionante como um simples gesto marcou para sempre uma revolução! beijinhos

quarta-feira, abril 26, 2006 11:55:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Fui bafejado pela sorte,
Nos campos de Ajubarrota pelejando.
Por minha mãe,
Fui armado;
Pela Pátria,
Fui lutando.
Venci os de Castela e Aragão,
Com cortes certos e mortais;
Deixei sair meu sangue
Sem um ai,
Mas mantive vivo meu coração.
Foi assim que dei nome
Ao meu País,
Lutando ao lado de Jovems valentes.
Ala de Namorados
De sangue quente,
Tive a liberdade,
Que sempre quis.
Passados são já séculos de vida e morte
E de novo me levantei
Orgulhoso.
Limpei minha espada
E voltei para a lida,
Querendo dar a Portugal
Seu nome ditoso.
Cerrei fileiras no Comércio;
Cerquei caciques no Carmo.
Persegui assassinos
Pelo Chiado,
Beijei gente do povo,
Toquei sinos.
Mas fui traido pelos de cima,
Que a todos enganaram
E disso se gozam.
E nos seus discursos
Tanto se prosam,
Que não olham para o pão
Dos que o precisam.
E desta vez na Liberdade
As forças acabam por se perder.
Fiz o 25 cheio de vida,
Para no 26, vir a morrer!

quarta-feira, abril 26, 2006 4:40:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Parabéns pela escolha!
Viva ao 25 de Abril (eu venho atrasado, em 1974 a notícia da revolução chegou um dia mais tarde, assim mantenho a tradição LOL)

quarta-feira, abril 26, 2006 4:46:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O 25 DE ABRIL E A HISTÓRIA



António José Saraiva



Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril.

Na perspectiva de então havia dois problemas principais a resolver com urgência. Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.

Quanto à descolonização havia trunfos para a realizar em boa ordem e com a vantagem para ambas as partes: o exército português não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das populações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande parte homens de cultura portuguesa; havia uma doutrina, a exposta no livro Portugal e o Futuro do general Spínola, que tivera a aceitação nacional, e poderia servir de ponto de partida para uma base maleável de negociações.

As possibilidades eram ou um acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada e honrosa.

Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem-puder. Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles. Foi a maior vergonha de que há memória. Pelo que agora se conhece, este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas. Uma foi que o PCP, infiltrado no exército, não estava interessado num acordo nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato que fizesse cair esta parte da África na zona soviética. O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais. De facto, o que aconteceu nas antigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da URSS, como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar. Outra causa foi a desintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães deu início e que o MFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas. Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA exploraram e deram

cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de «revolucionários». E nisso foram ajudados por homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordem de capitulação e desmobilização num momento em que era indispensável manter a coesão e o moral do exército para que a retirada em ordem ou o acordo fossem possíveis. A operação militar mais difícil é a retirada; exige em grau elevadíssimo o moral da tropa. Neste caso a tropa foi atraiçoada pelo seu próprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimento nacional. Não é ao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa, mas dos que desorganizaram conscientemente a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que nas circunstâncias do momento eram puramente criminosas.

Isto quanto à descolonização, que na realidade não houve. O outro problema era da liquidação do regime deposto. Os políticos aceitaram e aplaudiram a insurreição dos capitães, que vinha derrubar um governo, que segundo eles, era um pântano de corrupção e que se mantinha graças ao terror policial: impunha-se, portanto, fazer o seu julgamento, determinar as responsabilidades, discriminar entre o são e o podre, para que a nação pudesse começar uma vida nova. Julgamento dentro das normas justas, segundo um critério rigoroso e valores definidos.

Quanto aos escândalos da corrupção, de que tanto se falava, o julgamento simplesmente não foi feito. O povo português ficou sem saber se as acusações que se faziam nos comícios e nos jornais correspondiam a factos ou eram simplesmente atoardas. O princípio da corrupção não foi responsavelmente denunciado, nem na consciência pública se instituiu o seu repúdio. Não admira por isso que alguns homens políticos se sentissem encorajados a seguir pelo mesmo caminho, como se a corrupção impune tivesse tido a consagração oficial. Em qualquer caso já hoje não é possível fazer a

condenação dos escândalos do antigo regime, porque outras talvez piores os vieram desculpar.

Quanto ao terror policial, estabeleceu-se uma confusão total.

Durante longos meses, esperou-se uma lei que permitisse levar a tribunal a PIDE-DGS. Ela chegou, enfim, quando uma parte dos eventuais acusados tinha desaparecido e estabelecia um número surpreendentemente longo de atenuantes, que se aplicavam praticamente a todos os casos. A maior parte dos julgados saiu em liberdade. O público não chegou a saber, claramente; as responsabilidades que cabiam a cada um. Nem os acusadores ficaram livres da suspeita de conluio com os acusados, antes e depois do 25 de Abril.

Havia, também, um malefício imputado ao antigo regímen, que era o dos crimes de guerra, cometidos nas operações militares do Ultramar. Sobre isto lançou-se um véu de esquecimento. As Forças Armadas Portuguesas foram alvo de suspeitas que ninguém quis esclarecer e que, por isso, se transformaram em pensamentos recalcados. Em resumo, não se fez a liquidação do antigo regímen, como não se fez a descolonização. Uns homens substituíram outros, quando os homens não substituíram os mesmos; a um regímen onopartidário substituiu-se um regímen pluripartidário. Mas não se estabeleceu uma fronteira entre o passado e o presente. Os nossos homens públicos contentaram-se com uma figura de retórica: «a longa noite fascista». Com estes começos e fundamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar. O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes. Herdou todos os podres da anterior; mais a vergonha da deserção. E com este começo tudo foi possível depois, como num exército em debandada: vieram as passagens administrativas, sob capa de democratização do ensino; vieram «saneamentos» oportunistas e iníquios, a substituir o julgamento das responsabilidades; vieram os bandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações; vieram os contrabandistas e os falsificadores de moeda em lugares de confiança política ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nos partidos e no Governo; veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo Governo e pelos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura; veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dos grupos de pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer um critério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira; veio o considerar-se o endividamento como um meio honesto de viver. Os cravos do 25 de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma primavera, fanaram-se sobre um monte de esterco.

Ao contrário das esperanças de alguns, não se começou vida nova, mas rasgou-se um véu que encubra uma realidade insuportável. Para começar, escreveu-se na nossa história uma página ignominiosa de cobardia e irresponsabilidade, página que, se não for resgatada, anula, por si só todo o heroísmo e altura moral que possa ter havido noutros momentos da nossa história e que nos classifica como um bando de rufias indignos do nome de nação. Está escrita e não pode ser arrancada do livro. É preciso

lê-la com lágrimas de raiva e tirar dela as conclusões, por mais que nos custe. Começa por aí o nosso resgate. Portugal está hipotecado por esse débito moral, enquanto não demonstrar que não é aquilo que o 25 de Abril revelou. As nossas dificuldades presentes, que vão agravar-se no futuro próximo, merecemo-las, moralmente. Mas elas são uma prova e uma oportunidade. Se formos capazes do sacrifício necessário para as superar, então poderemos considerar-nos desipotecados e dignos do nome de povo livre e de nação independente.



António José Saraiva

Cumprimentos

quarta-feira, abril 26, 2006 4:57:00 da tarde  
Blogger Saramar said...

Soslayo, lindo, lindíssimo, cmo a liberdade e a democracia.

Beijos e parabéns a todos.

quarta-feira, abril 26, 2006 5:29:00 da tarde  
Blogger soslayo said...

Ó Castor, esta história ele que mande a quem quiser! Estamos num país livre quer queiram quer não. Existem alguns ressabiados do antigamente e sempre haverá. No entanto, ainda não consta nos manuais da história uma revolução que fosse perfeita! O que não quer dizer que não trabalhemos para poder melhorá-la. Estes dois anónimos não dão a cara e por isso, não dou resposta! A continuar os anónimos vou fechar a entrada. Ah, mais uma coisa, porque prezo a democracia e as opiniões diferentes da minha e da grande maioria do Povo Português, estes comentários vão permanecer! Rôda-se e hoin hoin hoin. Um abraço

quarta-feira, abril 26, 2006 6:28:00 da tarde  
Blogger Cláudia said...

Lindo Soslayo, tão simples mas ao mesmo tempo com grande história e significado para os portugueses. Aproveito para te dizer que respondi à tua questão no meu blog no post do Gato Zeca. Beijos e boa continuação de semana!

quarta-feira, abril 26, 2006 9:46:00 da tarde  
Blogger Manu said...

Joli poème ami Soslayo, d’après les recherches que j’ai fait la suite du 25 Avril fut une vraie catastrophe pour le Portugal, désolé !
Amitiés@+

quinta-feira, abril 27, 2006 5:45:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ficaram aborrecidos com o texto?
Cumprimentos

quinta-feira, abril 27, 2006 11:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ó Anónimo duma figa:

Já te descobri... Tens medo de colocares o teu nome? Aqui é tudo gente civilizada e hospitaleira mas, deixa-te de tretas Ó Brazão. Um abraço.

sexta-feira, abril 28, 2006 1:01:00 da manhã  

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